Muitas crianças vestidas a caráter, atrações culturais, barracas com comidas e bebidas típicas e a comunidade participando ativamente da comemoração. Esse foi o perfil da Festa Julina do Galpão de Cultura e Cidadania, nos dias 6 e 7 de julho. Na programação, a CEI Jardim Lapenna, localizada ao lado do Galpão, também marcou presença com a montagem de barracas de brincadeiras como pescaria e bingo, além de muitas comidas como caldos de abóbora, verde e de mocotó, tapioca, derivados do milho, como curau e pamonha e os tradicionalíssimos vinho quente e quentão.
Angela Cristina Alves, 42 anos, diretora da CEI Jardim Lapenna, destacou a parceria. “Nós sempre fomos parceiros. Um ajuda o outro. Íamos fazer festas em dias próximos, então decidimos fazer juntos.” Ela também contou um pouco dos planos da CEI com sua participação na festa. “Nosso objetivo é comprar uma televisão para a creche com a renda obtida na festa. Pelo jeito, vamos conseguir.”
A diretora também ficou bastante animada com a participação dos pais das crianças na festa, que vieram assistir às apresentações dos filhos. É o caso de Maria Lindinalva Silva, 49 anos, e de Elaine Martins, 37, moradora do Jardim Lapenna, próximo ao Galpão.
Mas não foram apenas os pais das crianças da CEI que participaram da festa. Os pais e as crianças inscritas nas atividades do Galpão também marcaram presença. Bruna Silva, 17 anos, participa das reuniões do Ação Família e foi à festa com sua filha. Outro membro da comunidade a participar da festa foi Afonso Silva, 44 anos. Ele contou sempre acompanhar as atividades do Galpão. “É um lugar importante e precisa da participação dos moradores. Eventos realizados pelo Galpão, como essa festa, são muito legais porque trazem cultura para a nossa região”, disse ele. Afonso também teve uma agradável surpresa durante a festa: “Reencontrei uma amiga que não via há nove anos”.
Além disso, a festa contou com diversas apresentações culturais. O Trio Rastapé Flor de Muçambê, presença cativa nas festas juninas e julinas da Fundação Tide Setubal, animou o arraial com muito forró para o Galpão. Outra apresentação de destaque foi a do cordão Sucatas Ambulantes. Eles animaram o público no começo da noite de sábado, em especial as crianças, que cercaram os músicos e dançaram o tempo todo ao redor de um gigantesco boneco como um dragão chinês, chamado Berlúcia. De acordo com a história contada pelo grupo, Berlúcia comia criancinhas. O boneco perseguia as crianças pela área da apresentação, que fugiam em clima de brincadeira de pega-pega, e, de fato, as comia através de uma boca gigante que engolia as crianças. Ao passarem pela boca, as crianças iam para debaixo do tecido que compunha o boneco e passavam a fazer parte dele e perseguir as outras crianças.
Isso sem falar das apresentações realizadas pelos jovens que participam das atividades do Galpão, como as apresentações de Danças Culturais, com frevo, dança africana e capoeira, que agitaram a festa no domingo, dia 7, pela manhã, e a Camerata de Violões do Galpão e os corais juvenil e infanto juvenil que se apresentaram pela tarde.
E, como não poderia deixar de ser numa festa julina, os jovens do Galpão apresentaram duas quadrilhas. A primeira aconteceu no sábado, às 16h30, e foi a quadrilha dos jovens do projeto Um Passe para a Arte. Jéssica Souza, 24, é a professora de dança do Galpão de Cultura e Cidadania e foi a responsável pelos ensaios das crianças e jovens para essa apresentação. “A preparação foi corrida e as crianças ficaram apreensivas e ansiosas, mas, apesar de algumas dificuldades, tudo deu certo”, contou ela, que considerou a apresentação positiva: “Foi ótimo, as crianças produzidas, os pais assistindo, melhor impossível”.
Uma das mais animadas na quadrilha era Taciane Barbosa, 14 anos. Ela abriu a quadrilha, sendo a primeira na fila do caminho da roça. Sua mãe, Ana Maria Barbosa, 33 anos, estava na plateia e ficou muito emocionada em ver sua filha, que é cadeirante, incluída na dança. “Foi emocionante ver a Taciane participando da quadrilha, eu até chorei”, disse ela, que faz parte das reuniões do Ação Família desde o começo deste ano. Sua filha também participa das atividades do Galpão e está inscrita nas oficinas de dança e de capoeira. “É muita emoção vê-la envolvida e tendo o privilégio de participar com outras crianças.” Taciane foi de poucas palavras e muito entusiasmo quando perguntamos como foi para ela participar da quadrilha; ela respondeu: “Foi muito legal”, superanimada.
A Quadrilha dos Sonhos, da qual participaram jovens e educadores, contou a história de uma criança que sonhava com melhorias para sua comunidade. Uma noite ela foi se deitar e acordou cercada por sua boneca Emília, que ganhou vida, e diversos personagens do universo infantil, como a Cuca, Dona Benta, Branca de Neve, Emília, Capitão Gancho e Dona Aranha. Em vez de pararem a quadrilha porque a ponte quebrou, os participantes faziam pausas para brincar de jogos infantis, como escravos de Jó e batata-quente. A apresentação fez muito sucesso entre os visitantes da festa e encerrou a programação da Festa Julina de 2013.