Núcleos envolvidos
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Mobilização e articulação

Fórum do Jardim Lapenna inclui espaços e produções educativas para estimular a participação da comunidade

Uma epidemia de “insegurite” tomou conta do Jardim Lapenna, comunidade onde está o Galpão de Cultura e Cidadania. Pacientes se queixam de várias doenças que podem matar o bairro e os moradores. Buracos nas ruas, baixa qualidade dos equipamentos escolares, entre outros. Segundo a médica da localidade, duas vacinas são necessárias para tratar a região: mais presença do poder público e maior participação da comunidade. A história fictícia é roteiro de uma das produções das crianças do Pontinho de Cidade para a TV Lapeninha (assista ao vídeo), que cria peças educativas com o objetivo de ampliar a compreensão sobre diferentes temas nos encontros do Fórum de Moradores do Jardim Lapenna e Adjacências (Fole).

Há quatro anos, a Fundação atua na mobilização e articulação desse espaço como parceira da comunidade. Nesse percurso, conduzido pelo Núcleo de Comunicação Comunitária e pelo Programa Ação Família, se fez necessário fortalecer o Fórum como um espaço educativo, no qual as formas e os canais de participação e de diálogo fossem estudados e debatidos com o propósito de sensibilizar e proporcionar um letramento citadino, em busca da atuação dos moradores no controle social.

Crianças, jovens e adultos se envolveram nesse momento didático do Fórum, com a construção de um olhar para o bairro e para a cidade. A partir da apresentação de temas selecionados para os encontros mensais, as crianças reunidas no projeto Pontinho de Cidade, apoiado pelo Instituto Paulo Montenegro, faziam sua pesquisa e leitura e, com os jovens integrantes do Projeto Intermídia Cidadã (leia mais aqui), criaram roteiro para vídeos, revelando o papel de cada um na transformação da realidade. Os jovens foram também responsáveis pela comunicação mobilizadora para a convocação do público para os encontros.

Os adultos participaram da formação denominada Como Funciona a Cidade, que contou com o público de 80 moradores. Além disso, em 2013, instaurou-se o “ajuntório”, espaço para definição de pautas a serem discutidas no Fole, e um Grupo de Trabalho para o projeto de urbanização local.



Com a habitação e urbanização como eixo central, a efervescência da vida comunitária se fez ainda mais presente em 2013. Entre as vitórias do encontro da comunidade com o poder público no Fole está a conquista da indenização de moradores da Vila Gabi, em função da construção da passarela de acesso à nova estação de São Miguel. Do diálogo com a Sabesp resultou a retomada da obra de um coletor tronco para o bairro.

Por outro lado, os momentos tensos de ocupação, invasão e confrontos na região leste refletiram no Jardim Lapenna com aumento significativo no número de moradores da localidade que ocuparam desordenadamente uma extensa área de proteção ambiental. A ocupação paralisou o projeto de urbanização advindo de diálogo entre o Fórum e a Secretaria da Habitação, Desenvolvimento Urbano, Sabesp, Cetesb e CDHU.

Ano a ano, o Fórum traz aprendizados que advêm das conquistas e dos desafios para a criação de uma comunidade participativa e atuante. A mobilização é viva e conectada à realidade, o que faz, muitas vezes, o processo acelerar e, em outros, estagnar. Não há fórmulas corretas, mas ações retroalimentadas pela resiliência e pelo desejo de transformar.

Fotos: Intermídia Cidadã