Atuar em rede em territórios de alta vulnerabilidade é uma forma de fortalecer ações que possam ampliar as ofertas efetivas e o atendimento aos moradores. É construir caminhos conjuntos, por meio da troca de experiências para a melhoria da qualidade de vida da comunidade, identificando demandas e articulando o diálogo com o poder público em prol de políticas ampliadas.
A Fundação atuou em três espaços no território para contribuir com a articulação intersetorial. O Núcleo Mundo Jovem integrou a Rede de Proteção ao Direito da Criança e do Adolescente, em parceria com a Associação da Casa dos Deficientes de Ermelino Matarazzo (ACDEM) e o Fórum Órgãos Públicos e Organizações da Sociedade Civil Jardim Helena, idealizador do Seminário Educação para o Desenvolvimento Local. Já o Programa Ação Família deu continuidade à sua participação no Fórum de Prevenção à Violência de São Miguel.
Fotos: Vanderson Atalaia
A Rede de Proteção ao Direito da Criança e do Adolescente de São Miguel e Ermelino Matarazzo reúne representantes da saúde, da assistência social e da educação. A proposta nasceu do desdobramento do curso para candidatos ao Conselho Tutelar, realizados de 2009 a 2011 pela ACDEM, com o apoio da Fundação. Profissionais de diferentes áreas mostraram interesse em continuar juntos para constituir uma rede de proteção na região. A Fundação Tide Setubal apoiou a continuidade da parceria, sob a coordenação do Núcleo Mundo Jovem.
Em 2013, o objetivo do grupo foi estimular o diálogo permanente entre a sociedade civil e os órgãos responsáveis pela garantia de direitos para identificar e compreender o contexto da região, além de refletir sobre alternativas para os problemas elencados. Para isso, após a elaboração de uma carta de princípios, uma comissão organizadora foi escolhida para preparar encontros temáticos a fim de fortalecer a atuação dos profissionais com troca de experiências e novos conhecimentos. Violência doméstica e proteção integral da família, redução da maioridade penal, mobilização da juventude e políticas públicas foram alguns dos temas em debate.
Entre os resultados do ano, novas referências, a aproximação com a subprefeitura, fundamental para a articulação com o poder público, além da formação de um grupo com presença contínua e ativa, que funcionou como o embrião dessa rede. A participação do poder público e dos conselheiros tutelares e a diminuição na rotatividade dos participantes são desafios que se colocam para a estruturação para uma ação mais efetiva com a promoção de estudos de casos e encaminhamentos destes para o atendimento.
A dinâmica de instrumentalizar os profissionais e agentes do território também embasou o Fórum de Prevenção à Violência de São Miguel, uma iniciativa da supervisão de saúde de São Miguel e representantes de organizações da sociedade civil, como a Fundação Tide Setubal, por meio do Programa Ação Família, e a Rede Criança de Combate a Violência Doméstica. Seminários mensais sobre o tema são realizados com técnicos da educação, assistência social e saúde, entre outros, para atuação na prevenção e combate à violência. Seis encontros foram realizados em 2013, com cerca de 150 participantes por evento. Representantes do poder público, entre eles o subprefeito, o diretor regional de Educação, a supervisora técnica de Saúde e de Assistência Social, marcaram presença nos debates, enfatizando como a rede local pode contribuir com as demandas apresentadas.
O Fórum de Órgãos Públicos e Organizações da Sociedade Civil Jardim Helena focou suas energias na elaboração do 2° Seminário Educação como Desenvolvimento Local. O encontro reuniu 300 pessoas na USP Leste em debate sobre 12 temas. Entre eles, gestão educacional, convivência escolar, inclusão, segurança pública. Separados em grupos, representantes de escolas públicas, das Diretorias Regionais de Educação de São Miguel e de Itaquera (municipais), Diretoria Regional de Ensino Leste 2 (estadual), líderes comunitários, moradores e estudantes da zona leste da capital paulista apresentaram propostas e elegeram três ações prioritárias a serem encaminhadas ao poder público.
Entre os participantes e organizadores o encontro possibilitou a criação de propostas claras e totalmente conectadas à realidade local, fortalecendo a elaboração de ações pelo desenvolvimento local. Os grupos temáticos deram continuidade ao trabalho com encontros pós-seminário. Para 2014, o desafio é a presença do poder público no debate.