A origem da atuação do Núcleo de Comunicação Comunitária São Miguel no Ar está na formação de jovens nas diferentes linguagens de comunicação. Assim como acontece nas redes, no mundo da tecnologia, a transformação e ampliação dessa metodologia se deram rapidamente, conectando comunicação, inquietação e mobilização. No projeto Intermídia Cidadã, os educandos produzem comunicação sintonizada com a realidade do seu bairro, não só para dar visibilidade ou divulgar, mas, também, para traduzir, refletir e apoiar a participação e o controle social.
O grupo, formado por dez jovens, recebe apoio da Secretaria Municipal do Trabalho e do Empreendedorismo e atua em diferentes frentes. Em 2013, as experiências com o jornal A Voz do Lapenna, produzido por eles, por alunos e educadores de escolas públicas da região, levaram o grupo a contribuir com a proposta editorial e gráfica do jornal De Olho no Plano de Metas – Zona Leste, lançado pelo Movimento Nossa São Paulo em 2014. A publicação apresenta à comunidade as metas estabelecidas pelo prefeito no início de sua gestão para acompanhamento da sociedade civil.
Olhar para o bairro é um exercício constante desse grupo. No Fórum de Moradores do Jardim Lapenna (leia mais em Mobilização), eles estão envolvidos na produção de peças educativas em vídeo para facilitar a compreensão da comunidade para temas como o funcionamento da prefeitura, das secretarias e o papel de cada um como ator de mudança no próprio bairro.
As atividades realizadas por outros núcleos da Fundação contam com o apoio do Intermídia Cidadã na cobertura jornalística para as redes sociais, além da participação no Festival do Livro e da Literatura de São Miguel, no registro do Seminário Educação para o Desenvolvimento e no Fórum de Prevenção à Violência.Novas experiências e inovações comunicacionais também estão na pauta do Intermídia Cidadã. A partir do contato com a doutoranda Deisy Fernanda Feitosa, da Escola de Comunicações e Artes (ECA) da Universidade de São Paulo (USP), a TV Digital foi incluída na capacitação dos jovens. Além de conhecer a tecnologia, eles pesquisaram a opinião dos moradores sobre a TV Digital e o que gostariam de ter como serviço se essa interação fosse possível. A troca com a pesquisadora e com os moradores motivou o grupo a refletir sobre a possibilidade de a TV Digital estimular a participação comunitária e, ao mesmo tempo, vir a ser um serviço de utilidade pública. Assim nasceu o projeto do aplicativo Cidade Adentro, que foi apresentado para potenciais parceiros para aprimoramento, mas ainda está em processo de mobilização de recursos.
A experiência do Intermídia estimulou, com o apoio do Instituto Paulo Montenegro, a formação do Pontinhos de Cidade, um grupo de crianças que se reúne para conhecer o bairro e a cidade e pensar em propostas de melhoria. Das ideias desses dois grupos resultaram produções de peças educativas para o Fórum de Moradores, como a TV Lapenninha.