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fortalecimento local • escolas

Ação Família atua em parceria
com escolas e apoia ampliação
de diálogo com as famílias

A escola, muitas vezes, é o único equipamento público que marca a presença do Estado em territórios de alta vulnerabilidade. Não é raro, portanto, que bata à sua porta outras demandas sociais urgentes da realidade das comunidades. O Programa Ação Família atua com o objetivo de melhorar a qualidade de vida de seus participantes e, há mais de três anos, estabelece parcerias com escolas da localidade para apoiar o fortalecimento das famílias. Em 2013, CEU Três Pontes, EMEF José Honório e EMEF Armando Righetti formaram grupos de familiares atendidos pelo Programa.

Saúde, habitabilidade, solidariedade vicinal e trabalho e renda são eixos do Programa (leia mais sobre o trabalho com esses eixos em Atendimento/Ação Família) para desenvolver habilidades e competências pessoais e relacionais, facilitar o acesso a recursos públicos e aumentar a participação em movimentos comunitários.

Fotos: Divulgação



Em relação à escola e à educação, o PAF procura contribuir com o desafio de ampliar o diálogo entre família e escola e estimular a participação dos familiares no espaço educativo de crianças e jovens, para que eles compreendam o papel da escola, e, também, formas de intervir na transformação pela educação. Na dinâmica realizada sobre o que desejam para o futuro dos filhos, os pais declaram que eles respeitem e sejam respeitados, que sejam pessoas de caráter e honestos e que conquistem muitas coisas com seu suor, trabalho e muito estudo.

Nos diálogos sobre os mitos e verdades nas escolas, apareceram questões como a falta de motivação para estudar porque não há reprovação, a dificuldade de os pais ajudarem os filhos, pois não sabem ler e escrever, e a avaliação de que todo tipo de conflito na escola é ruim. No debate, a equipe do Ação Família destacou a importância da participação dos pais na educação dos filhos e uma das propostas dos familiares foi a criação de um fórum de educação em uma reunião que contou com a participação de diretores, coordenadores e representantes das escolas onde o Programa atua. Questões estruturais aparecem na conversa, mas o grande destaque foi a reflexão conjunta sobre as diferentes formas de participação, como conselho escolar, APM, e, também, como ampliar a presença dos pais em reuniões.



Apesar de o PAF ter um eixo específico para tratar do tema educação, a reflexão sobre participação, mobilização e empoderamento acontece de forma transversal. A formação e a informação são caminhos para uma mudança da realidade das famílias em casa e no território, na relação com os filhos, com os vizinhos e com os espaços e equipamentos disponíveis para a garantia de direitos, como Unidades Básicas de Saúde, Centro de Referência de Assistência Social, Centro de Atenção Psicossocial Álcool e Drogas. Na avaliação das diretoras das escolas nas quais o PAF realiza grupos de atendimento, uma mudança de postura dos familiares com maior participação e presença na escola e um novo olhar para seus direitos dentro e fora da escola é identificada como resultado do Programa. O novo comportamento se reflete percebido nos alunos que demonstram que há mais diálogo na família e tornam-se mais colaborativos nos projetos escolares.

Na análise de dados sobre essa dimensão, é possível identificar, por exemplo, um aumento de 50% no uso da internet entre os inscritos, consequência de oficinas de comunicação para esse novo aprendizado. O resultado, aumento de 7% para 14%, advém de um trabalho de acesso à rede durante os encontros. As inscrições em programas de leitura também apresentaram um pequeno crescimento, de 29% para 31%.